MARCANDO PASSO

A Polícia Militar do Maranhão desde sua criação sempre esteve com problemas de insuficiência de efetivos, no ano de 1836 data de criação da PMMA o seu efetivo era insuficiente para a realidade da época. Observa-se que ao longo de 175 anos de existência essas lacunas nunca puderam ser preenchidas, sempre ouvimos as mesmas histórias de que a Polícia não tem efetivo suficiente, essa realidade é tão antiga quanto a própria criação da PMMA. Fazendo-se um balanço da última década o que nota é que apenas dois concursos foram abertos os 2000 e 2006, com formação de turmas de 2001, 2002, 2007 e 2010, todo esse efetivo chegou em média a dois mil militares. Levando-se em consideração que as aposentadorias que ocorreram nesse período e as que irao acontecer neste ano com os barras 80/81 será um furo muito grande na corporação, mesmo com a promessa de concurso público de 1000 soldados não resolverá o problema, pois está previsto irem para reserva cerca de 1000 militares, ou seja, o efetivo ficará marcando passo porque a demanda é enorme e sempre o efetivo será insuficiente para a população que cresce em PG(Projeção Geométrica) e a Polícia em PA(Projeção Aritmética). 

Como a falta de efetivo é uma problemática que está longe de se resolver o que temos a fazer é pedir a Deus que o governo tenha sensibilidade em aumentar o número de vagas porque essa questão interferi diretamente nos quadros de promoções, é só da uma olhada na última promoção que se constatará um pequeno número de promoções, porque o quadro está enterrado e as promoções ficam empancadas, no qual ninguém vai a lugar nenhum. Há centenas de militares que estão na fila de espera aguardando sua promoção, e pelo andar da carruagem a situação é alarmante, talvez muito desses militares não entraram na terra prometida, porque o seu tempo de serviço na corporação já não permitirá bem como suas esperanças de galgar a última promoção de sua carreira não serão contemplada devido a inúmeros fatores, dentre os quais temos o fechamento dos quadros.

Fazendo uma pequena pesquisa sobre a questão das promoções verificamos um dos possíveis entraves que andam assombrando o sono de muitos. Vamos raciocinar um pouco no quadro de promoções dos praças combatentes. Se há insuficiência de vagas deve ser devido à algum fator, procuramos saber onde estava a raiz do problema. Claro que todo mundo sabe onde se encontra a gênese dessa situação, talvez o que muitos desconhecem são os detalhes que estao por traz. As promoções dos praças combatentes estão inteiramente ligadas com o QOA(Quadro de Oficiais de Administração), porque nesse caso seria o topo da carreira dos combatentes que de forma justa chegaria até o posto de Capitão PM. De acordo com o QOA há vinte(20) capitães, vinte(20) 1ª Tenentes e cinquenta e dois 2º Tenentes, esse é o quadro atual. Até aqui tudo dentro da normalidade, porém o espantoso é que dos 20 capitães todos já ultrapassaram mais de 30 anos de serviços, para que todos tenham uma idéia há capitães de 1975, 76, 77, 78, 79, 80, 81. Os 1º Tenentes 1975, 77, 78, 80, 81, 82, 83; os 2º Tenentes  em sua maioria tem menos de 30 anos mais que daqui a pelos menos 6 anos estarão completando os seus 30 anos.

Bem, a pergunta que todos querem saber. Por quais motivos os oficiais do QOA não querem ir para reserva remunerada? Vejamos algumas situações: Se somente se, os 20 capitães fossem para casa abririam as vagas para os 1º tenentes que abririam vagas para os 2º tenente e assim sucessivamente até o soldado. Pelomenos daqui a 6 anos todos esses oficias principalmente os 2º tenentes já completaram os seus anos de efetivo serviço. Somando todas as vagas no atual quadro temos 92 vagas para o QOA. Agora se faz necessário que haja uma política dentro da corporação para solucionar esses percalços, entendemos perfeitamente que todos os capitães talvez ainda  sonham com uma promoção para major, foi feito até um projeto de Lei para tentar ampliar o QOA, estamos de posse desse ante projeto que gentilmente o seu autor nos forneceu, em seu primeiro artigo diz:

Art. 1º - Ficam criados 06 (seis) cargos de majores no Quadro de Oficiais de Administração da Policia Militar do Maranhão, destinados ao apoio logístico dos Comandos de Policiamento Regionais.

O seu autor reconhece que no momento seria inviável esse projeto e que de certa forma não resolveriam o problema do QOA. Como todos os combatentes depende exclusivamente do QOA para serem promovidos, se faz necessário  resolver com urgência essa questão porque continuando como está as promoções ficam amarradas para os combatentes.

Compreendemos perfeitamente que todos os capitães gostariam de pelo menos receber os proventos de major, que na nossa visão resolveria boa parte dessa problemática. Sabemos da importância que todos esses capitães tiveram na corporação e que seus serviços prestados foram de suma importância para o desenvolvimento da instituição, todavia acreditamos que suas contribuições foram dadas aos longos desses trinta anos com bastante mérito e esmero, contudo o que se espera é que os mesmos possam olhar para traz e vê a gigantesca fila que esperam as suas promoções. Porque isso é uma questão de justiça, esperamos confiante que os nobres oficias do QOA possam tomar suas atitudes de olhar para o outro, em vez de se mesmo, porque da forma que se encontra não se pode mais aceitar, tem militares com quase 40 anos de serviço, isso é lamentável vejam os casos dos coronéis que foram reformados compulsoriamente pelo Estado, porque não há mais sentido em permanecer tanto tempo na corporação prejudicando centenas de militares que precisam ser promovidos, está ai um dos problemas que afetam as promoções dos praças. Fica nossa reflexão e esperamos que as autoridades possam tomar as providencias para solucionar essa grande problemática. O certo mesmo é que os capitães possam ir para suas casas e aproveitarem os muitos anos de vida com suas famílias porque dessa forma os demais que estão na fila irão agradecer.  

CB Ebnilson