Visões de um detento

CB Ebnilson

Amigos militares e internautas de todo o Brasil e em especial do Maranhão. Agradeço a todos pelo apoio, solidariedade e camaradagem. Informamos a todos que continuamos presos injustamente, já estamos no 6º dia de cárcere.

As motivações de nossa prisão são as mais ilegais possíveis, a polícia com tantas problemáticas, necessidades e mazelas o foco é direcionado para outras situações e circunstancias pela conveniência da administração.

Nos últimos dias assistimos uma enxurrada de prisões ilegais, arbitrarias contra militares. As perseguições, retaliações não pararam contra as lideranças que encabeçaram o Movimento Paredista da Polícia Militar e Bombeiros do Estado.

Havíamos dito anteriormente que a não eleição de nossos representantes a cargos eletivos principalmente nas grandes cidades do Estado, representaria uma grande perda no sentido da vulnerabilidade dos militares, sobretudo das lideranças.

O que se tem visto desde o fim da greve da PM/BM foi uma avalanche de repressão, intimidações, injustiças de todas as formas e maneiras.

As lideranças com a derrota eleitoral ficaram a mercê de seus algozes, a derrota significou o esfacelamento do movimento ou pelo menos uma fragilidade profunda em sua estrutura.

Atribuo sem nenhum medo de errar as brigas internas, esse enfraquecimento nos fez vulnerável. As pessoas não conseguiram administrar o pós-movimento. Lembro-me muito bem quando o ativista militar, Marcos Prisco, hoje vereador eleito em Salvador, no falou que o grande desafio seria o pós-greve, realmente ele acertou em cheio.

A pós a greve PM/BM começaram a surgir o estrelismo individuais de alguns, o que até então todos viviam os mesmos sonhos, ideias e propósitos. A vaidade preponderou no meio dos companheiros, líderes começaram reivindicar para si uma liderança suprema.

O individualismo tomou conta das lideranças, o egocentrismo invadiu o âmago da liderança causando danos irreparáveis para a caserna militar.

A bíblia sagrada traz um texto que exemplifica o que estamos dizendo. 

Jesus em um de seus milagres fora questionamento pelos fariseus, os murmúrios aconteceram quando o Mestre curou um cego, mudo e um possuído por demônio. Os fariseus, críticos ferrenhos do Grande Mestre, não pouparam as criticas, afirmando que Cristo havia expelido os demônios em poder de Belzebu. Todavia Jesus conhecendo seus pensamentos retrucou-lhes dizendo:

“ Todo reino dividido contra si ficará deserto, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá”(Mateus 12.25)

Cristo é bem categórico em afirma que todo reino dividido não subsistirá. O sábio Mestre como sempre tem razão. 

No momento que a liderança dividiu-se em detrimento de seus próprios interesses, o movimento dos militares foi se esfacelando e perdendo força, ao ponto de basicamente todos os lideres da capital serem encarcerados.

Perdemos força, o movimento dos militares que colocou o governo de joelho, se atropelou em suas próprias pernas.

Aquele ideário comum, socialista de que tudo era de todos e nada de ninguém, foi-se para o espaço por conta dos interesses individuais.

O coletivismo esvaiu-se para o individualismo’. O que era comum e coletivo deu-se lugar ao “Eu”. A visão classista foi deteriorada por uma visão personalista. 

O movimento histórico dos militares desacelerou-se e já vive no estado terminal, na UTI.

Faz-se necessário que as lideranças repensem suas atitudes e mudem suas ações voltando as primeiras práticas que era da União, comunhão e dos objetivos classistas que é o nosso principal foco. Pelo contrário todos nós estaremos em maus lenções.

Reino dividido não subsistirá, está escrito. Está mais do que na hora de deixarmos as vaidades e o estrelismo em último plano. As pessoas tem que baixarem seus holofotes, deixarem as vaidades de lado, como diz o sábio Salomão: “ Vaidade de vaidade, tudo é vaidade” (Eclesiastes 1.2)

Deixo a todos um texto de Eclesiastes 3, para reflexão.

TEMPO PARA TUDO 

Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo proposito de baixo do céu; a tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria; tempo de espalhar e tempo de juntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; tempo de buscar e tempo de perder; tempo guardar e tempo de deixar fora; tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar; tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz.

Estamos no tempo de juntar pedras.

Cb Ebnilson