Associações militares não se entendem e marcam duas reuniões no mesmo dia

Quando agente pensa que está tudo indo bem, as coisas continuam do mesmo jeito. As associações não estão se entendendo desde a greve da PM/BM em 2011.

No Estado tem cerca de pelo menos 20 Associações militares, só na capital há umas 10 ou mais. A quantidade de entidades tem dificultado as lutas classistas, pois a diversidade não tem trazido uma unidade entre os militares. Com isso não existe uma entidade forte a nível de Estado para representar toda a comunidade militar. Temos entidades locais com os interesses de seus associados.

A falta de uma unidade representativa em âmbito estadual tem feito com que as diversas associações não cheguem a um denominador comum. É cada uma por si. Um por todos e todos por um, ficou enterrado na Assembléia Legislativa em 2011, no qual o famoso lema de “Unidos Somos Fortes” virou discurso evasivos de politiqueiros. As lutas classistas parecem que ficaram somente na lembrança de todos nós.

Paira um silêncio no ar. Cadê as lutas classistas e seus pseudos líderes? Por onde anda a Mesa Paritária? Onde estão as associações da Capital? Por onde ficou o Código de ética, Lei de Promoção e Carga horária de 40 horas?

Às vezes sou interpelado pelos militares sobre todas essas perguntas, infelizmente não temos respostas, quem deveriam responder se omitem. Não sei por onde anda as reivindicações, só sei que essa apatia tem incomodado toda a comunidade militar.

Vejo que há muitos interesses pessoas em jogo, estamos caminhando para um estado de eutanásia, esperando somente alguém para desligar os aparelhos e sepultar de vez com as lutas que com muito suor todos nós enfrentamos em 2011.

Essa desunião tem feito com que as entidades entrem no estado vegetativo.

Todos nós sabemos que após a greve da PM/BM em 2011, começou uma disputa pela famigerada liderança aqui na capital. Resultado, vaidades, presunção, individualismo, egoísmo, estrelismo e todos os “ismos”. Fizeram do movimento grevista um espólio de guerra e uma exacerbação frenética do egocentrismo. O movimento perdeu força, enfraqueceu-se e está na UTI.

As reivindicações conquistadas na greve nunca foram efetivadas, com exceção, do reajuste de 2009, 2010 e 2011.

A disputa por uma hegemonia de lideranças fez com que o movimento dos militares entrasse em colapso.

Vozes dos que clamam no deserto não empolgam mais ninguém, as carapuças caíram daqueles que se intitulavam os donos do Poder.

O sistema agradeceu a ganância, destrambelhamento e o despreparo daqueles que não conseguiram consolidar suas lideranças.

As querelas politicas e politiqueiras disseminaram a discórdia, divisão, intrigas e as dissenções. Levaram os militares estaduais a estaca zero, o sonho foi jogado no mar do esquecimento e as conquistas se esvaíram pelo ralo.

Aqui não queremos ser pessimistas, todavia os fatos nos fazem vê a realidade com bastante clareza.
As brigas internas das entidades levaram o movimento a uma ruptura geral. As redes sócias foram palcos de guerra de grupos rivais, parecendo que estávamos assistindo um filme de guerra, no qual cada país tenta buscar e conquistar seu território.

A última vez que houve uma suposta união fora na queda do ex-comandante da PMMA. De lá para cá, houve novamente disputas pelo poder da famigerada liderança total do Estado.

Líderes versos líderes em busca do poder supremo de uma liderança militar.

Olhando as redes sociais nota-se novamente uma disputa por espaço. De um lado associações do grupo “A”, do outro associações do grupo “B”. Ambas marcaram reuniões para o mesmo dia. As reuniões serão em Bacabal e Caxias respectivamente no dia 15/02, ou seja, no próximo sábado.

Dois encontros de associações, não dar para entender uma coisa dessa. Será até quando as “lideranças” não vão se entender. Não é possível que as diferenças estejam acima dos interesses coletivos. É triste a situação dos militares do Maranhão, por que estamos igual cego em tiroteio no qual não sabemos para onde ir e qual rumo seguir.

Afinal vamos seguir qual grupo? Ou participar de qual reunião e com quem? Talvez se fossemos onipresentes estaríamos participando das duas ao mesmo tempo, mais não o somos.

Estou cansado de pautas e protocolos que não levam a nada. Não se tem projetos consolidados e sólidos, o que se apresentam são propostas que às vezes de cara são rejeitadas. Falta habilidades e experiências e um pouco de humildade.

Fica aí nosso protesto solitário para que as associações deixem suas vaidades e comecem a caminha juntas, por que se não será o fim dessa geração classista lutadora.