terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Foto na época da prisão, por falar a verdade no blog

Essa é minha história a 40 anos

A história e seus historiadores, contam sempre as biografias e histórias dos grandes, famosos e dos imortais que se perpetuaram ao longo de toda humanidade. Aos pobres, humildes e anônimos ficaram relegados e esquecidos por toda eternidade. Contudo, contrariando a história, vou apresentar em pequenas linhas a minha história. Uma biografia de uma pessoa comum, pobre, funcionário público, policial militar, ativista militar e um grande sonhador.

Nascido a moda antiga, uma parteira desconhecida

No dia 17 de fevereiro de 1975, nascia Ebnilson Costa Carvalho na cidade de Imperatriz, na rua Pernambuco, na casa do velho Sucanzeiro, Seu Lucena. Minha amorosa mãe, contou-me que havia nascido as 09: 00 horas da manhã. Nessa época as condições eram precárias e meu saudoso pai, Edmilson Santos Carvalho, já falecido, trabalhava na antiga SUCAM e os funcionários nesse tempo sobreviviam aos trancos e barrancos. Meus pais não tinha nenhuma condição de fazer um pré-natal e muitos menos ter um plano de saúde ou hospital particular a sua disposição. Sem alternativa, o velho Lucena, procurou uma parteira na região da Nova Imperatriz, bairro antigo da cidade. Conta minha mãe, Berenice Costa Carvalho, que a senhora de nome desconhecido e já morta, era uma velha cachimbeira, como eram chamadas as parteira na região. Ela chegou em casa e foi dar o seu trago de cachimbo na sala, e no quarto nas últimas horas meu nascimento avançava. Quando a velha terminou de fumar, basicamente, conta minha mãe, o processo de nascimento estava bastante avançado. Mais vim ao mundo, sem hospital, sem maternidade, sem médico. Com a graça de Deus foi um parto normal e sem complicações e por tudo isso graças ao meu bom Deus, tenho uma saúde de ferro aos 40 anos.

Por pouco não fui levado pelos índios

Outra dessas histórias que não lembro, por ser muito pequeno, foi um episódio que por pouco não fui carregado pelos índios em Imperatriz. Segundo, minha mãe, estava com dois meses de nascido, a casa que morávamos fica na rua Monte Castelo, era próxima da rota da antiga rodoviária na cidade. Nessa época vários índios faziam seu percurso pela rua onde morávamos. Em um desses dias, como era de costume de dona Bere, como minha mãe é chamada, me colocava em um cofo(cesto oval feito de palha), segundo ela falou é um método usado para amansar menino. Ela colocou-me no corredor e por lá passou alguns índios, na região tocantina há muitas tribos indígenas. Ao me avistaram foram até o local e meu saudoso avó paterno, Raimundo Maçonilha,  a quem agradeço de ter impedido do rapto dos índios, chamou minha mãe que estava na cozinha. Ao chegar à sala, os índios haviam dito a ela que na sua aldeia tinha sumido um curumim, e segundo eles, eu era esse dito. Minha mãe falava que realmente parecia um índio pelos meus cabelos liso e feição. Por pouco não estava em uma dessas tribos da região.

Ao longo desses 40 anos, tenho a graça de viver e contar toda essa história, a minha história. Quem sabe um dia contarei em uma autobiografia, de forma mais detalhadas toda essa história. Como disse vou contrariar a lógica dos historiadores e biógrafos. Não sou famoso, não tenho poder, não sou rico, apenas sou alguém do povo, simples e que tem um grande sonho de vencer na vida. A história não é feitas apenas pelos grandes, contudo com os pequenos que fizeram  da humanidade esse mundo avançado e tecnológico como se encontra hoje.

Contei essa pequena história da minha vida, para congratular junto com vocês esses meus 40 anos de vida. É uma vitória e uma data especial para mim. Quem me conhece sabe que não sou chegado à aniversário, mais queria compartilha essa data muito especial com todos.

Agradeço a Deus em primeiro lugar, por ter me concedido mais esse dia de vida, aos meus pais, Edmilson Santos Carvalho e Berenice Costa Carvalho, por me proporcionarem a vida, aos meus irmãos Ebenesio Costa Carvalho, Edilbesia Costa Carvalho, Ebenice Costa Carvalho, Edimilson Santos Carvalho Junior, Nicomedes Santos Carvalho Neta. A minha esposa Vanuza Costa Dourado Carvalho, minha companheira de 10 anos, e aos meus filhos Andromeda Araujo Carvalho, Hadassa Dourado Carvalho e Otávio Augusto Dourado Carvalho. E para não deixar ninguém de fora toda a minha família Carvalho, Costa e Sobreira.

Também não poderia esquecer o meu primo, Weslem Sobreira Santo, que completa na mesma data mais um ano de vida. Que Deus possa lhe conceder muitos anos de vida. Ele é sargento da Polícia Militar do Pará. Parabéns primo. 

Abaixo um texto do dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX. Que reconhece que a história não é feita apenas pelos grandes. 


QUEM FAZ A HISTÓRIA

Quem construiu a Tebas das sete portas?
Nos livros constam os nomes dos reis.
Os reis arrastaram os blocos de pedra?
E a Babilônia tantas vezes destruída
Quem ergueu outras tantas?
Em que casas da Lima radiante de ouro
Moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros
Na noite em que ficou pronta a Muralha da China?
A grande Roma está cheia de arcos do triunfo.
Quem os levantou?
Sobre quem triunfaram os Césares?
A decantada Bizâncio só tinha palácios
Para seus habitantes?
Mesmo na legendária Atlântida,
Na noite em que o mar a engoliu,
Os que se afogavam gritaram por seus escravos.
O jovem Alexandre consquistou a Índia.
Ele sozinho?
César bateu os gauleses,
Não tinha pelo menos um cozinheiro consigo?
Felipe de Espanha chorou quando sua armada naufragou.
Ninguém mais chorou?
Fredrico II venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem venceu além dele?
Uma vitória a cada página.
Quem cozinhava os banquetes da vitória?
Um grande homem a cada dez anos.
Quem pagava as despesas?
Tantos relatos.
Tantas perguntas.
Bertolt Brecht
(1898-1956)

    


Um comentário:

  1. Parabens guerreiro, que você continue com esse bom trabalho que vem fazendo.

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