quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015


Sd R.Lima
Sd R.Lima

Numa noite fatídica perdemos o irmão R.Lima. O companheiro foi um ex - militar do exercito(50 Bis), serviu por volta de 1995 ou 1996 em Imperatriz. Seu destino e sua vida foi ceifada logo cedo, em meados de 2002.

Houve uma ocorrência no matadouro municipal de Imperatriz. A guarnição composta pelo Sd Jânio e Sd R.Lima, foi informada de um assalto. A viatura desloucou-se até o local. O matadouro fica na estrada do arroz, uma importante e antiga rua de grande movimentação. A guarnição recebeu a informação do COPOM(Central de Operações da PM), fez uma blitz e começou a fazer abordagem nos carros com as características dos assaltantes.

Lembrando que a estrada do arroz na época era uma vicinal de pissarra e sem iluminação. Não sei como se encontra hoje. Os militares começaram a abordar veículos, porém a desgraça aconteceu naquele dia. O facínora trocou de carro e veio com as vitimas em outro veiculo, salvo não estou enganado foi uma pampa. Ele fez de refém o motorista, quando o Sd R.Lima pediu parada para o veiculo, por que aquele não era o veiculo que a central havia informado. O militar aproximou-se da pampa. De dentro do veiculo estava o assaltante, o desgraçado atirou no nosso companheiro e o tiro pegou bem no pescoço, foi fatal. O Sd Janio revidou mais já era tarde, só deu tempo de levar o amigo até o hospital municipal. O Sd R.Lima, estava com o colete balístico mais não adiantou, pois foi atingido no pescoço. Ele era um militar bastante exemplar e com uma conduta fora de serio, esse comportamento vinha do exercito. Perdemos o nosso primeiro irmão.
Sd Jeová
Alunos- Roniere, Ebnilson e Jeová(Esquerda p/direita)

O piauiense Wellington Jeová foi um grande amigo. Era meu vizinho de cadeira no 1º pelotão. Desde o curso, ele apresentava alguns problemas, era muito brincalhão e tinhas algumas atitudes fora do normal. Porém numa noite em Brejão-Ma no ano de 2003, cidade alguns quilômetros de Imperatriz, na presença do companheiro e grande amigo Sd Madesson, pegou uma arma e se suicidou. Segundo alguns companheiros, falaram que ele dizia que estava sendo perseguido por superiores hierárquicos, dividas e acreditamos também que bebidas. Jeová bebia de forma desmedida, quantas e quantas vezes ele ia para o serviço totalmente embriagado. Talvez esses problemas o levaram a cometer o suicido. Mais foi um grande amigo de curso.
Sd Ribeiro
Sd Ribeiro

O Sd Ribeiro fazia parte também do 1º Pel. Ele tinha sido militar do exercito e PM do Pará. Era um piadista sem graça. Se queríamos sorrir chamava o Ribeiro para contar uma piadinha sem graça, mais nós sorriamos justamente por que a piada era sem graça mesmo. Ele foi um policial exemplar, polido, caxias e bom de serviço. Contudo na fatídica noite de 2005, na festa do governador eleito Jackson Lago a tragédia aconteceu com nosso amigo. Nesse dia eu estava de serviço na Praça Brasil em Imperatriz. Nesta noite foi à festa do Jackson Lago em comemoração sua vitória. Tudo estava indo bem, quando recebemos a informação que no bairro Parque Alvorada, havia tido um tiroteio e por lá duas pessoas mortas, até ai tudo bem. Não sabíamos que entre os mortos estava um companheiro nosso. Mais não demorou muito a notícia chegou, dando conta que o Sd Ribeiro tinha sido assassinado de forma violenta naquele bairro. Foi uma morte trágica e muito comovente pela crueldade e violência como o militar foi morto. Havíamos perdido mais um irmão.

SD Veloso
Sd Veloso
O Sd Veloso pertencia ao 2ª Pel. Ele era uma pessoa bastante alegre e brincalhona. Mais um dos fatos que se tornou cômico foi um dia que ele foi fazer uma palestra. No curso foi determinado pelo comandante de Cia. de aluno que todos os dias na parada matinal os alunos deveriam esta pronto para fazer uma pequena exposição de um tema qualquer. O objetivo era fazer com que os alunos desenvolvessem um pouco a oratória. Um belo dia, nos idos de 2001 no CFSD em Imperatriz, o escolhido foi o Veloso. O aspirante na época percebeu que ele estava alterado, ou seja, seu fardamento, meias e sua aparência não condiziam com os ditames do curso. O pobre Veloso foi para frente fazer sua preleção. O tema que ele escolheu foi muito engraçado. Ele falou de uma peste. Foi desenvolvendo uma espécie de poema com a peste. Eu achava que ele ia ficar agarrado, termo para designar uma punição, mais passou batido. O aspirante queria só sacanear com ele, mais se saiu bem. Mais ele estava com uma ressaca terrível, dava para perceber.

Numa trágica noite em 2012, foi assassinado por uma pessoa no Estado do Tocantins. Ele havia recebido a noticia que outro policial havia sido assassinado no Estado do Tocantins. A cidade de Imperatriz faz fronteira com a região norte do Tocantins, separada pelo rio de mesmo nome. Em uma dessas cidades próxima perdemos dois irmão na mesma noite, Veloso (2001) e Gleison(2007). Primeiramente Gleison, estava num banho Pedra Branca em Sitio Novo-To, houve uma briga entre ele e outro elemento. Na vinda para casa ele foi emboscado e veio a óbito. Veloso sabendo da noticia atravessou o Rio Tocantins e foi a procura do homicida. Só que ele foi numa casa, que segundo se noticiaram pelos jornais locais, foi na casa errada. De dentro da casa o cidadão atirou com uma espingarda calibre 12. O tiro atravessou a porta e atingiu em cheio o militar que faleceu.
Sd Azzi
Azzi e seu filho(foto do face de Jane Azzi)

O Azzi de todos os já citados foi o que tive um maior contato e uma boa amizade. Ele desde o curso era espoletado, ou seja, esquentado. Valente mais do que siri. Tivemos uma boa amizade. Ele se reformou muito cedo, logo depois do curso, por problemas que não vamos falar aqui. Muitas foram às oportunidades que trabalhamos juntos. Ele me respeitava muito, por que sempre tive uma boa amizade com ele. Lembro-me muito bem que na época que fui candidato ao cargo de presidente da associação de cabos e soldados de Imperatriz ele foi especialmente na associação votar em mim.
No fundo Ebnilson(óculos) e AZZI de braços cruzados

Perdemos o nosso irmão no ano de 2013, vitima de violência. Que com certeza deixou muita saudades para todos nós.
Sd Idelfonso
 
CFSD 2001 3º BPM (Arquivo Pessoal), o que está marcado é o Idelfonso 
(Texto de abril de 2014 com pequenas modificações e atualizações). Vê matéria completa (A perda de um amigo

Perdemos um amigo de longas datas o Soldado Idelfonso na quinta-feira do dia (12/04/2014).  A notícia nos foi repassada por um parente nosso, no momento estava no serviço, quando fui informado do ocorrido. Então não quis acreditar que tinha perdido mais um irmão de farda e um amigo de verdade. Todavia, infelizmente a notícia era verdadeira e quando vi as imagens pela internet do amigo tombado deixou-me consternado e com um grande aperto no coração, pois sabíamos que o irmão foi-se embora para sempre.

Idelfonso, o conhecemos no CFSD (Curso de Formação de Soldado) 2001 em Imperatriz no 3º BPM (Batalhão de Polícia Militar).
Sd Idelfonso
No grupo do 50º BIS (Batalhão de Infantaria e Selva) estava Idelfonso que era Sargento temporário do Exército brasileiro (EB), o seu nome de guerra era Nogueira. Essa turma do EB vinha totalmente preparada nos macetes da caserna e principalmente no preparo físico, quem serve o Batalhão de Selva sabe que por lá o condicionamento físico é bastante exercitado.

Ele vinha com todo gás, um dos meus irmãos (Edmilson) havia servido na época dele no EB. Ele sempre dizia que o Sgt Nogueira era caxias e recruta ele não perdoava, botava para ralar e sugava até a alma.

Geralmente os sargentos temporários no 50 BIS, tomam de conta desses conscritos e recrutas recém chegados ao batalhão.

Inclusive um dos alunos da turma do EB, foi seu recruta no tempo de exército, não me recordo quem teria sido, acredito que foi o Sd Lucas. Dizia-se que ele o fez comer uma cabeça de passarinho crua. Isso se espalhou rapidamente no nosso meio e foi bastante engraçado, haja vista que o mundo da muitas voltas e os dois se encontrava no mesmo ambiente comungando da mesma situação. Só que Lucas era mais antigo, mais os fatos ficaram tão somente na brincadeira.

Idelfonso tinha uma estatura pequena, falava meio com os dentes cerrados, inteligente, crítico e com uma boa visão e perspectiva de futuro. No seu interior era uma grande pessoa. Os tempos de EB ficaram incrustados na sua conduta, moral e comportamento. Ele tinha uma vida exemplar e foi um bom policial militar, pois trazia os ensinamentos da caserna advinda do Exército.

Lembro-me bem, assim que se iniciou o CFSD, a sua fama espalhou-se no alunado e também no comando do batalhão que na época o comandante era o Cel. Melo, e o Sub-Comandante o capitão Pereira(hoje Coronel QOPM Comandante do CPE).

Espalhou-se como pólvora a notícia que Idelfonso havia dito entre militares antigos, algo como o curso estivesse fraco ou coisa semelhante. Lembro-me bem, que assim que chegou ao conhecimento do Capitão Pereira, a coisa fedeu de imediato o oficial chamou os ex-militares do exercito e alunos da PM em sua sala e deu aquela velha e inesquecível pressão. Resultado, todos foram penalizados. Em pleno pátio do Batalhão fomos pagar o velho e bom rala, os termos pagar e rala designam na caserna militar algo parecido com uma prenda, só que de maneira mais rigorosa. Todos os alunos pagaram em posição de flexão a “garota nacional”, uma espécie de flexão de braços, porém com os cotovelos no chão e as mãos no queixo. Eu como já maceteado de um outro curso na PM do Tocantins, fiz o exercício nas manhas sem colocar direito os cotovelos no chão. Curso militar qualquer que seja você tem que ser safo e esperto para não ralar ou bisonhar, caso contrário os “voadores” vão sofrer como sovaco de aleijado.

Bem, voltando a situação da inesquecível “garota nacional”, alguns alunos paisanos de natureza não aguentaram a pressão e foram reclamar para o comandante do Batalhão, que de imediato afastou o oficial de qualquer instrução com os alunos. Essas coisas de curso ficam marcadas para sempre em nossas mentes e são boas lembranças.

Idelfonso, no curso sempre foi dedicado, ele sentava-se na frente típico de alunos estudiosos. Ele era muito dedicado nos estudos e não foi atoa que ele ficou entre os primeiros lugares do CFSD 2001.
Em uma das aulas de instrução, na disciplina Polícia Comunitária ministrada pelo Cel. Melo, não sei como, mais surgiu um apelido para o Idelfonso. O Sd Almeida muita brincalhão, o chamou de “Nós”, fazendo uma alusão a uma aula do cel. Melo, salvo não estou engando foi em uma das aulas que o Idelfonso ficou repetindo algumas palavras do comandante e entre elas seria o “nós”, e por isso ficamos o chamando de “Nós”. Talvez não tenha muito sentido, mais ficou assim conhecido pelo menos por mim e pelo Almeida.

Ele foi um grande amigo, tivemos por diversas vezes conversando enquanto servíamos ainda em Imperatriz. Não me recordo se alguma vez trabalhamos juntos, creio que não. Sempre fui policial mais de posto fixo, a operacionalidade quem me conhece nunca foi meu forte. Já ele, sempre foi operacional e bom de serviço, as  vezes elétrico e afoito de mais.

Na vida militar ele foi alvejado nas costelas em operação policial, no qual resultou um afastamento total do serviço, chegando quase a se reformar. Mais retornou novamente para o serviço, até onde sei, ele já não era mais o mesmo,  devidos aos problemas de saúde.

Ele foi assassinado covardemente pelo seu ex-cunhado, os motivos (Veja Aqui).

As historias desses guerreiros foram contadas para que não esquecermos que eles fizeram também parte um dia da turma de 2001 em Imperatriz. Não estão mais conosco, foram-se para sempre. Mais suas histórias e lembranças ficaram gravados em nossas memorias. Fizeram a viagem eterna, não tiveram a alegria de estarem conosco comemorando mais uma data de aniversário de nossa inclusão. Os seus legados ficaram em nossas memorias e aos que tiveram a oportunidade de estarem comemorando esse dia nunca os esquecerão.

Mais a vida e o tempo passam. Estamos mais velhos, muitos barrigudos, gordos etc. Outros saíram da corporação. Todavia onde quer que estejam aqueles que se formaram no ano de 2001 deixaram suas marcas na PMMA.

O CFSD 2001 foi uma turma da nova geração. Foi a partir dessa leva de militares que houve uma grande inserção de militares com nível superior. Os 2001 hoje muitos já são oficias da PM/BM, cabos e Sargentos e boa parte ainda são soldados.

Mais essa data representa o elo de mudanças e quebras dos velhos paradigmas na Polícia Militar do Maranhão.

Esses homens valorosos que durante 14 anos deram suas vidas em prol da defesa da sociedade do Maranhão. E nesse dia que com a graça de Deus que estamos vivos para congratularmos o nosso aniversário juntos com todos os irmãos 2001.

Encerramos e dedicamos esse dia a todos os policiais militares 2001. Que Deus possa nos permitir muitos e muitos 14 anos. Que venham os 15 anos em 2016.
Sgt Ebnilson CFSD 2001(Imperatriz)





















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