quarta-feira, 1 de julho de 2009
SANTO AGOSTINHO
Em meio ao esfacelamento do império romano, deflagrada pelos povos bárbaros, e com o desenvolvimento da cristandade, na qual fora concedida liberdade de culto, por ordem do imperador Constantino(280-337), através do edito de Milão, que depois é oficialmente sagrada como religião oficial do Estado romano; devido as divergências teológicas, é estabelecida a ortodoxia da doutrina cristã, no Concilio de Nicéia(325), convocado pelo imperador romano, Constantino. Nesse clima de turbulência política, econômica, social e religiosa, nasce na cidade de Tagaste, província romana da Numídia(África), hoje Argélia, o grande pensador da Igreja cristã, o Santo padre e bispo de Hipona Agostinho (354), que inicia seus estudos na cidade natal, porém seu pai no intuito de da uma educação mas aprimorada, o envia para Cartago, onde concluiu seus estudos superiores e tornou-se professor de retórica.
Santo Agostinho teve uma vida marcada na sua mocidade, por crises existenciais; em sua obra Confissões, narra de forma meticulosa toda sua trajetória, até encontrar a “felicidade e a certeza da verdade”, através da fé. Nesse período de perturbação existencial, ele procura se encontrar na filosofia de Cícero, e uma versão latina de categorias de Aristóteles, onde aderiu ao maniqueísmo, crença baseada em dois princípios absoluto que nos norteariam o universo: O bem e o mal. Desencantado com o maniqueísmo, buscou as concepções neoplatonica, onde foi tomado por profundo ceticismo, no entanto sua influência que marcaria para sempre, veio de Santo Ambrosio, que lhe mostraria o caminho da fé.
O cristianismo depois de consolidado pela sua ortodoxia, buscou no domínio da razão corroborado pele fé sua afirmação doutrinaria. Os pais da Igreja desenvolveram a filosofia patrística, que tinha em seus princípios básicos unir a fé de argumentos filosóficos; e tem em Agostinho uma das personagens mas proeminente e defensor dessa conciliação entre razão e a fé, que ele chama de “filosofia Cristã”. Agostinho tentar restaurar a fé por meio da razão, ele acredita que “o conhecimento da verdade” é fato, e que isso é provado pelas operações matemáticas e lógica que são irrefutáveis. Para ele o homem e sua razão possui mentalidade e podem perecer, porque a verdade é eterna, e somente Deus um ser eterno pode assegurar essa verdade. A busca dessa razão encontrará a fé no ser supremo que é Deus, e é através da fé que a razão resgatará sua essência, para ele tem que “compreender para crer, crer para compreender”.
Para Agostinho a filosofia serve como veiculo auxiliador que objetiva a uma finalidade transcendental as suas próprias limitações, o seu pensamento filosófico misturado da fé divina; ele tentar elucidar a verdade, no qual ele conseguiu sistematizar concepções do mundo, do homem e de Deus, e que por séculos tornou a base teológica da Igreja Católica. Ele concebe a Deus como transcendente absoluto e indivisível, que não há nada comparado a sua essência perfeita e eterna.
A concepção agostiniana de Deus, perpassa o racional humano, ele o vê como sendo um Deus Único, que subsiste em três pessoas distintas(trindade), o Pai, é a essência divina; o Filho, é o verbo(palavra); o Espírito Santo é o amor divino que cria tudo que existe. O homem como sendo a imagem e semelhança de Deus, está provido da mesma essência tricotômica divina, o cosmo e tudo que nele há segue também de forma semelhante a trindade, ou seja , se manifesta de várias maneiras, sempre em tríade. O universo é constituído de coisas inanimadas e animadas e que esses seres vivos e inteligentes que é o homem está provido de corpo, alma e espírito, portanto ele é tricotômico e as demais coisas seguem essa tríade.
A ordem do universo é bela, pois é obra do divino, para Agostinho o mal não existe em sim mesmo, o que ocorre é um distanciamento de Deus, que isso se traduz no homem o pecado, e que este pecado alterou a ordem divina, no qual tornou o homem serve do pecado. Ele acredita que a livre vontade humana fora perdida, portanto ele ficou impotente para buscar sua própria salvação, ou seja, o homem perdeu o seu livre-arbítrio, o direito de escolher sua salvação, ela já não depende da vontade humana, e sim de Deus. As boas obras não são mas meios de se chegar a salvação. O homem não escolhe a Deus, mas é Deus quem o escolhe, o elege conforme o beneplácito de sua vontade. Ele vê na predestinação a soberania de Deus, onde o homem é salvo pelo decreto de Deus, através da eleição divina.

SANTO TOMÁS DE AQUINO
Durante todo o período medieval a Igreja católica reinou de forma absoluta no modo de viver e pensar a sociedade européia, sua influência irá ser tão grande que reinos e monarcas estavam sob seu auspícios; dominou de forma ideológica todo pensamento, norteou todos os rumos e direções da sociedade em detrimento da fé cristã.
A filosofia continua intrínseca a fé, a razão ainda permeia os domínio da fé, a era patrística vai perdendo sua influencia para uma nova escola filosófico-cristãs, a escolástica, que tem em Santo Tomás de Aquino seu maior pensador.
Tomás vê a filosofia como instrumento que deve servi a fé, que ela deve subordina-se a ela; para ele quando a razão e a fé estão em conflito, a razão sempre está equivocada. Ele acredita que não há conflito entre fé e razão, ao ponto de desacreditar na existência de Deus. A razão por várias maneiras “atinge o conhecimento da existência de Deus”, a razão que abri o entendimento, a compreensão e a fé que as revela estão em harmonia sem que haja contradições entre si, elas são apenas distintas, porém expressam a mesma verdade; para ele embora se conceba Deus com ser dotado de perfeição, não está garantido sua existência, a definição de Deus como soberano perfeito é apenas uma idéia, e nada garante que uma idéia possa existi de fato.
Se apropriando da filosofia aristotélica, Tomás tentar convergir o pensamento de Aristóteles para fé cristã. O mundo segundo ele, “ sensível, percebido pelos sentidos”, que este mundo está em movimento. Segundo Aristóteles, nada se move por si só, e que a causa do movimento é causada, e é necessário admitir que existi uma causa absoluta imóvel e primeira, para ele há um motor imóvel no universo, que Tomás irá dizer que esse motor é Deus.
Para Tomás, existe um domínio em comum entre a fé e a razão, e que é necessário que haja uma demarcação de forma precisa nesse território da razão, para que ele não ultrapasse a fé e possa desenvolver-se dentro de sua limitação, segundo ele esse domínio seria o ser. Para ele o conhecimento racional procede primeiramente dos sentidos, no qual das sensações o “intelecto abstrai a individualidade das coisas, depurando-lhe a material. O resultado são as formas”. O intelecto para ele deferência de dois tipos, segundo o pensamento aristotélico; o intelecto possível e o intelecto agente, este absorve dos sentidos as imagens das formas que se encontra como potência, responsável pelo conhecimento efetivo das formas. Tomás acredita que o homem é provido desses dois intelecto que constituem a sua alma individual, a forma de seu corpo. Esse pensamento é necessário para justificar o dogma cristão da imortalidade da alma. Que segundo ele, está individualidade da alma faz com que o homem tenha sua livre escolha e seja responsáveis e donos dos seus próprios atos, ou seja, o “ único responsável pelo pecado”, para ele o intelecto é inseparável do homem e que a alma possui individualidade. Ele indica a natureza da moralidade e das virtudes, e que a vontade do homem está limitada pelo pecado, ainda que o homem não esteja completamente determinado para o mal. Nesse ponto ele rompe com Agostinho, para que a vontade humana está impossibilitada de ajudar o homem a mover-se na direção de Deus. No qual a regeneração é uma obra exclusiva do Espírito Santo, o homem sendo criado a imagem e semelhança de Deus e livre para escolher o bem e o mal, porém este homem optou em pecar, a vontade dele foi corrompido pela queda, e foi considerado fatalmente depravado e incapaz de usar a sua vontade concernente a salvação.

REFERÊNCIA

CAIRS, Earle E. O Cristianismo através dos Séculos : uma História da Igreja Cristã. 2. ed. São Paulo, Vida Nova, 1995.
OS PENSADORES. Platão: Vida e Obra.São Paulo– DF, Editora Nova Cultural, 1999.

­­______. Agostinho: Vida e obra. São Paulo– DF, Editora Nova Cultural, 1999.
______. História da Filosofia. São Paulo– DF, Editora Nova Cultural, 1999.

2 comentários:

  1. alguns fatos na vida desses pensadores eu não conhecia, lhe agradeço pelas informações tão bem detalhadas.
    valeu,um abraço.
    Luiz

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  2. É bom saber que esse texto lhe ajudou na sua compreensão e entendimento e espero que vc veja os demais que também contribuirá em muito para sua opinião crítica.

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