quarta-feira, 1 de julho de 2009



Na sociedade contemporânea assistimos um grande avanço tecnológico na área da informática, onde o computador é o principal elemento de transformação desse sociedade pós-moderna, com diz, Rodrigues, estamos vivendo “uma grande revolução econômico-social tão ou mais abrangente que o próprio advento do capitalismo”( RODRIGUES, 2001/2002, p.103) , para ele a internet é um dos grandes “fenômenos” trazido por essa maquina tão incrível que vem mudando paradigmas em todas sociedades detentoras dessas ferramentas tecnológicas, essas mudanças na área comunicação são de “grande envergadura” para toda a humanidade, para Rodrigues:

“as revoluções precedentes, esta também ancora-se numa profunda transformação tecnológica, generaliza-se a partir de interesses econômicos e atinge aspectos culturais, políticos e morais(...), Mais que a evolução linear de novas tecnologias, vivemos desde os anos 1970 uma mudança de paradigma tecnológico, cujas linhas mestras são as novas aplicações econômicas da biotecnologia, da robótica e da informática.” ( RODRIGUES, 2001/2002, p.103).


Com o advento do computador houve um grande avanço nas tecnologias de informáticas e comunicação, na qual a humanidade viu em termos acelerado o crescente desenvolvimento das tecnologias, onde que o computador possibilitou a criação de redes de informações, no ambiente virtual, que posteriormente com a evolução da informática chegou-se a rede mundial de computadores, a Internet, que permitiu as trocas de informações numa velocidade extra-ordinária, que acabou influenciando a sociedade com uma aceleração no processo de desenvolvimento, como diz Guesser, “ as trocas de informações que passaram a ocorrer em uma velocidade sem precedentes na história da humanidade( GUESSER, 2007, p.79) .
Para que possamos compreender um pouco dessa transformação faz-se necessário retornar a evolução histórica do computador, dentro do contexto econômico-social.
As mudanças socioeconômicas trazida pelo capitalismo ao longo dos séculos trouxe alterações significativas para o desenvolvimento da humanidade, principalmente com a I e II Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX respectivamente, onde a produção de bens e consumo passou de manufatureiras para a industrialização. Com a chegada do século XX, o capitalismo é acometido por uma de suas maiores crises já enfrentada desde sua implantação com modo de produção, a chamada a “Grande Depressão”, que culminou com a queda da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, de acordo com Rodrigues:

“ Foi uma crise de superprodução de mercadorias, que resultou em quebradeira geral. O mercado auto-ajustável, que equilibraria oferta e demanda, simplesmente não funcionou, deflagrando uma crise responsável pelo desemprego de milhões de pessoas e pelo alastramento da miséria e da criminalidade, que se espalhou dos Estados Unidos, epicentro vital da crise, para o mundo todo ( RODRIGUES, 2001/2002, pp. 104/105).

Depois de superada toda a crise e seus efeitos, o capitalismo entra numa fase de prosperidade, “Com a expansão econômica de então abriu-se, principalmente nas décadas de 1950 e 1960, o período de maior prosperidade do capitalismo em escala mundial(...) ( RODRIGUES, 2001/2002, p.105), com toda essas mudanças no campo socioeconômico e político iremos assistir o advento da “Terceira Revolução Industrial”, a “Revolução Digital”de acordo com que nos informa Rodrigues, essa revolução “abrange mudanças tecnológicas e organizacionais no mundo da produção, envolvendo áreas como robótica, a informática e a biotecnologia”( RODRIGUES, 2001/2002, p.107). Essa revolução veio transforma os paradigmas da sociedade, onde a parti de então o sociedade mundial vai entra numa era de despertamento tecnológico jamais visto na humanidade, entramos na “era do computador”, Said citando Defleur e Rokeach, nos informa que: “ (...) os computadores já estão nos transformando no que veio a ser chamado de sociedade informatizada. Outrossim, os comutadores e as tecnologias correlatas estão remodelando e prolongando nossos veículos de massa”( DEFLEUR e ROKEACH, apud SAID, 2001/2002,p.124).
O computador foi produzido para fins militares e seu uso estava restrito para as funções bélicas, O ENIAC é tido como o primeiro computador, seu tamanho era gigantesco em relação aos modelos atuais, funcionava através de válvulas, mais tarde é desenvolvido os transistores “que permitiu a comunicação entre as máquinas”. E por último é criado o circuito integrado( Chip) que possibilitou a criação do “microprocessador” que “ através do qual a capacidade de processar informações poderia ser instalada em qualquer máquina”(RODRIGUES, 2001/2002,p.107). A forma que conhecemos hoje com PC, nada mais é que fruto dessa evolução da informática que ao longo de décadas chegou no seu alto grau de desenvolvimento, principalmente com a integração de indivíduos na rede mundial de computadores, a internet.
O fenômeno da globalização foi capaz de integra os povos embora que dentro da lógica do capital os mais bem beneficiados são os ditos “países de primeiro mundo”, mesmo assim o mundo acompanha essas mudanças paradigmáticas que trouxe para humanidade imensuráveis benefícios, a “era do computador” revolucionou as sociedades através de tecnologias, que como diz, Miguel, “ as novas tecnologias tornam possível uma espécie de democracia direta assistida por computador, eliminando qualquer forma de delegação de poder( e todos os vícios a ela associado)” (MIGUEL, 1999/2000, p.135), o que Miguel tenta dizer é que com a tecnologia da informática o mundo torna-se cada vez mais independente e autônomo, onde a nova forma de pensar o Estado está se deteriorando em detrimento da rede mundial de computadores. A internet segundo Miguel, citando palavras de um “ativista” norte-americano, “estaria devolvendo o poder ao povo(antes usurpado pela classe dirigente) e promovendo uma “ciber-insurreição”: ela é o vírus assassino do Estado”( MIGUEL, 1999/2000, p.135).
A era da informática com a chegada da internet tornou o homem mais próximo do outro, onde as relações cada vez se aproximam através do mundo virtual, o elo e liberdade trazida pela internet “ se apresenta hoje como a melhor esperança para a descentralização da produção de informações” ( MIGUEL, 1999/2000, p.139). Freire fala que “ na sociedade contemporânea, a comunicação mediada por computadores interligados em rede gera grande diversidade de comunidades virtuais caracterizando a metáfora da “ Aldeia Global” (FREIRE, 2006,p. 58). Nós vivemos em uma sociedade da informação, no qual as ferramentas tecnológicas alteram as relações do ponto de vista socioeconômico na sociedades do século XX, com diz Guesser:

De fato, esta junção de tecnologias, artefatos e atores sociais compõe novas realidades, cada vez mais complexas e presente no quotidiano das sociedades seja pela inclusão neste mundo cibernético pelas conseqüentes transformações das relações por meio das inovações, seja pela exclusão de tais inovações e pelo déficit gerado no tempo e na capacidade de troca das informações e conhecimentos em comparação com as sociedades mais desenvolvidas ( GUESSER, 2007, p.80).


E esse destaque as essas novas ferramentas tecnológicas se faz devido segundo Guesser “ à valorização da informação e a capacidade de processamento destas e da velocidade de troca que se possa estabelecer” ( GUESSER, 2007, p.80). Devidos a essas etapas de evolução no qual falamos anteriormente nós iremos nos deparar na segunda metade do século XX, com um dos mais proeminentes meios de trocas de informação simultânea e em tempo real, que é a internet, que como nos diz Guesser (2007, p.80), é um dos “meios mais proeminentes na contemporaneidade”, portanto imprescindível para as relações interpessoais das pessoas globais que estão conectadas, embora essa disponibilidade não esteja em alcance de todos, pois há países que não dispõe dessa tecnologia. E a internet torna-se um poderoso veiculo intercontinental capaz de manter uma interatividade sem precedente na história da humanidade.
Guesser faz uma comparação da internet com o universo, ele chama de “galáxia da internet” esse mundo virtual, seria como se a internet fosse o universo com todos os seus sistemas de astros e que o espaço seria infinito, ou seja, a internet estaria disposta para todos os seres virtualmente conectados de forma ilimitada. Que de certa forma essa relação de poder no mundo cibernético, apesar de ser um mundo sem fronteiras, trás em si os poderes hegemônicos para fatiar essa partilha do bolo, veja o que diz Guesser: “o ciberespaço é também um palco de disputas de poder e da busca de contínuo controle social por parte dos poderes hegemônicos do império” ( GUESSER, 2007, p.90).
Observamos que com o desenvolvimento dessas novas tecnologias o mundo ficou sem fronteiras que de certa forma cria uma espécie de cultura do ciberespaço, que com diz Marteleto citado por Freire,
A cultura funcionaria como uma memória que ao conservar e reproduzir artefatos simbólicos e materiais de geração em geração, torna-se a depositária da informação social. Neste sentido, “torna-se o primeiro momento de construção conceitual da informação, como artefato, ou como processo que alimenta as maneiras próprias do ser, representar e estar em sociedade” (MARTELETO, apud FREIRE 2006, p.59).

Para Freire (2006, p.59) essa “socialização da cultura assume o papel relevante para democratização do acesso e uso da informação”, por meio dos computadores, que o acesso as essas informações são imprescindíveis para o desenvolvimento das pessoas, Araújo citado por Freire:

[Pois] se a informação é a mais poderosa força de transformação do homem, [o] poder da informação, aliado aos modernos meios de comunicação de massa, tem capacidade ilimitada de transformar culturalmente o homem, a sociedade e a própria humanidade como um todo ( ARAÚJO, apud FREIRE 2006, p.62)




Dessa forma, a internet é a bola da vez que com sua capacidade de integração mantém os indivíduos conectados, a cada um na sua rede individual mantendo desse jeito as relações interpessoais sem fronteiras e de forma ilimitada a qualquer tempo, fazendo com que o processo de globalização continue ainda mais integrado.

REFERÊNCIA

FREIRE, Isa Maria, Acesso à informação e identidade cultural: entre o global e o local. In Revista do Ci. Infor. Brasília, V.35, nº 02, 2006, pp. 58-67. Disponível em: . Acesso em: 10 mar.2009.
GUESSER, Adalto, A diversidade de lingüística da internet como reação contra – hegemônica das tendência de centralização do império. In Revista do Ci. Infor. Brasília, V.36, nº 01, 2007, pp. 79-91. Disponível em: . Acesso em: 10 mar.2009.
MIGUEL, Luis Filipe, As novas tecnologias e a democratização da informação. In Revista Lugar Comum. nº 09/10, 1999/2000, pp. 132-146.
RODRIGUES, Alberto, Capitalismo flexível e educação em rede. In Revista Lugar Comum. nº 15/18, 2001/2002, pp. 102-122.
SAID, Gustavo, História, comunicação e sociedade na era da informação. In Revista Lugar Comum. nº 15/18, 2001/2002, pp. 123-143.

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